terça-feira, 19 de abril de 2011

Dentes quebrados ou Picadinho de Croc

Desde que ví os primeiros Crocs duvidei deles.

Explico, ou melhor, pergunto:

Como um sapato tão leve pode dar sustentação?
Além disso  é largo e feito de material sintético.

O Francisco desde que começou a andar, sempre usou sapatos que oferecessem segurança para correr, pular  e andar.  
Croc nem pensar!

No Bazar de fim de ano na escola, tinha um croc à venda e o Francisco não teve dúvidas, os enfiou nos pés e saiu pela escola. 
Achei fofo. Menino de opinião! Comprei.

Mas logo observei que sempre que ele usava o tal do croc, caia com mais frequência.
Dia desses observava umas crianças brincando na praça e algumas delas caiam a todo tempo. Usavam croc.
Restringi o uso do croc, mas quando o mocinho insistia muito liberava com resalvas e atenção.

Bem estou muito muito muito chateada comigo.

Nesse fim de semana meu menino caiu de cara no muro e quebrou um dente, outro se enfiou pela gengiva, ganhou dois pontos no lábio, muito sangue e choradeira. 
Pronto socorro num sábado agradável que prometia ser leve.

Estou muito chateada comigo, porque várias vezes quis sumir com essa M#754@@¨&%$#74 de croc e resisti, pois meu menino gostava. 

Sei que é comum na infância crianças arrebentarem seus dentes de leite, mas eu preferia que isso acontecesse com ele fazendo alguma estrepolia natural da idade, mas não foi assim.

O Francisco estava andando ao lado pai, quando sem mais nem menos caiu e encontrou a quina do muro. Estava calçando o croc.

Estas porcarias desses sapatos, que não tem sustentação e é inadequado para crianças, foram criados para serem usados em barcos, por isso são antiderrapantes, inapropriados para uso doméstico. 
Só soube disso agora, porque ninguém avisa.

Minhas suspeitas se confirmaram. 
E eu perdi a chance de tê-los jogado fora antes que arrebentasse a cara do meu filho. 

O que fazer com o poder que a indústria exerce? 
Já lí em algum lugar  que esses crocs fazem mal pra estrutura óssea das crianças. 
Hoje fui pesquisar e soube ser comum as crianças perderem dedos e pés nas escadas rolantes usando croc. 
E nada efetivamente é feito contra uma marca dessas? 
O máximo que se pede é que mude seu desenho? 
Estamos nos tornando o quê?

Leia o que diz Cláudio Santili, ortopedista pediátrico, na revista Isto É Dinheiro
"O desenho das sandálias Crocs, que prioriza o conforto dos pés, as torna adequadas apenas para uso em condições relaxadas - em casa, principalmente, ou em atividades que exigem pouca movimentação. Em correrias, comuns em pátios de escolas, elas não servem. "A sandália não oferece firmeza ao pé, embora seu solado seja antiderrapante.

Ela trava no chão, enquanto o pé fica solto."
Na mesma matéria, olha o absurdo! 

Em sua defesa, a Crocs alega que o aumento do número de acidentes com crianças que usam as sandálias reflete apenas o fato de elas serem um sucesso entre os pequenos.

Imagem Daqui
Diante disso minha chateação está se tornado revolta.
Revolta porque, mesmo diante de tantos fatos nada se faz contra a indústria.
Quantos dedos e dentes vamos precisar?

Essa experiência serviu para a nossa família, não abrir mais mão das nossas convicções.
Aqui não entra TV, nem brinquedos de plásticos, nem arma de brinquedo, nenhum tipo de eletrônico, nenhuma comida enlatada.

Não me digam que não estamos criando nossos filhos pro mundo e blábláblá. 
Estamos dando segurança e fornecendo base pra que eles façam suas escolhas no futuro.

Eu fui criada sem tv e com cházinho da horta e não morrí.

Devia ter ouvido minha intuição e jogado fora o crocodilo.

Passamos o domingo com um gosto amargo na boca. 
Ainda não sabemos se teremos outros prejuizos no futuro, pois ele está em observação.
A croc não teve, disso eu tenho certeza. 
Já meu filho terá dois dentes a menos na boca até que nasçam os permanentes.
Segundo os médicos e dentistas que nos atenderam, dizem que o dente que "entrou" acabará voltando, mas virá preto por conta do sangue.


Compartilhe esse texto, ajude outras mães a preservarem dentes e dedos de seus filhos. Se nos mobilizarmos, quem sabe alguma coisa mude?
Eu já boicotava, agora serei a lider do boicote ao Croc.

Quanto ao Croc usado pelo Francisco virou picadinho e foi parar na lixeira.



Segue uma lista de matérias sobre acidentes  e polêmicas envolvendo Crocs:




Boa semana pra todas, eu vou seguir remoendo essa cada vez que olhar o sorriso do Francisco.


Em tempo, hoje uma amiga falou que já ouviu várias histórias semelhantes, inclusive com adultos.



sexta-feira, 15 de abril de 2011

Carta Aberta às Mães e Pais - Blogagem Coletiva


As crianças são o futuro.
Que futuro terão nossos filhos?
Aproveitamos o sentimento de indignação e tristeza que nos abalou nos últimos dias para convoca-los para uma mobilização pelo futuro das nossas crianças. A tragédia absurda ocorrida na escola em Realengo (Rio de Janeiro) é resultado de uma estrutura complexa que tem regido nossa vida em sociedade. O problema vai muito além de um sujeito qualquer decidir invadir uma escola e atirar em crianças. Armas não nascem em árvores.
A coisa está feia: choramos por essas crianças, mas não podemos nos deixar abater pelo medo, nem nos submeter aos valores deturpados que têm regido nossa sociedade propiciando esse tipo de crime. Não vamos apenas chorar e reclamar: vamos assumir nossa responsabilidade, refletir, trocar ideias e compartilhar planos de ação por um futuro melhor. Então, mães e pais, como realizar uma revolução que seja capaz de mudar esses valores sociais inadequados?
Vamos agir, fazer barulho, promover mudanças!Acreditamos na mudança a longo prazo. Precisamos começar a investir nas novas gerações: a esperança está na infância. Vamos fazer nossa parte: ensinar nossos filhos pra que façam a deles.
Se desejamos alcançar uma paz real no mundo,
temos de começar pelas crianças. Gandhi
O que estamos fazendo com a infância de nossas crianças?
Com frequência pais e mães passam o dia longe dos filhos porque precisam trabalhar para manter a dinâmica do consumo desenfreado. Terceirizam os cuidados e a educação deles a pessoas cujos valores pessoais pensam conhecer e que não são os valores familiares. Acabamos dedicando pouco tempo de qualidade, quando eles mais precisam da convivência familiar. Assim, como é possível orientar, entender, detectar e reverter tanta influência externa a que estão expostos na nossa longa ausência? Estamos educando ou estamos nos enganando?
O que vemos hoje são crianças massacradas e hiperestimuladas a serem adultos competitivos desde a pré-escola. Estão constantemente expostos à padronização, competição, preconceito, discriminação, humilhação, bullying, violência, erotização precoce, consumo desenfreado, culto ao corpo, etc.
O estímulo ao consumo desenfreado é uma das maiores causas da insatisfação compulsiva de nossa sociedade e de tantos casos de depressão e episódios de violência. Daí o desejo de consumo ser a maior causa de crime entre jovens. O ter superou o ser. Isso porque a aparência é mais importante do que o caráter. Precisamos ensinar nossos filhos que a felicidade não está no que possuímos, mas no que somos. Afinal, somos o exemplo e eles repetem tudo o que fazemos e o modo como nos comportamos. E o que ensinamos a nossos filhos sobre o consumo? Como nos comportamos como consumidores? Onde levamos nossos filhos para passear com mais frequência? Em shoppings?
Quanto tempo nossos filhos passam na frente da TV? 10 desenhos por dia são 5 horas em frente à TV sentados, sem se movimentar, sem se exercitar, sendo bombardeados por mensagens nem sempre educativas e por publicidade mentirosa que incentiva o consumo desde cedo, inclusive de alimentos nada saudáveis. Mais tempo do que passam na escola ou mesmo conosco que somos seus pais!
Porque os brinquedos voltados para os meninos são geralmente incentivadores do comportamento violento como armas, guerras, monstros, luta? A masculinidade devia ser representada pela violência? Será que isso não contribui para a banalização da violência desde a infância? Quando o atirador entrou na escola com armas em punho, as crianças acharam que ele estava brincando.
Nós cidadãos precisamos apoiar ações em que acreditamos e cobrar do Estado sua implementação, como o controle de armas, segurança nas escolas, mudança na legislação penal, etc. Mas acima de qualquer coisa precisamos de pessoas melhores. Isso inclui educação formal e apoio emocional desde a infância. É hora de pensar nos filhos que queremos deixar para o mundo, para que eles possam começar a vida fazendo seu melhor. Criança precisa brincar para se desenvolver de forma sadia. É na brincadeira que elas se descobrem como indivíduos e aprendem a se relacionar com o mundo.
Nós pais precisamos dedicar mais tempo de convivência com nossos filhos e estar atentos aos sinais que mostram se estão indo bem ou não. Colocamos os filhos no mundo e somos responsáveis por eles! Eles precisam se sentir amados e amparados. Vamos orientá-los para que eles sejam médicos por amor não por status, que sejam políticos para melhorar a sociedade não por poder, funcionários públicos por competência e não pela estabilidade, juízes justos, advogados e jornalistas comprometidos com a verdade e a ética, enfim!
Precisamos cobrar mais responsabilidade das escolas que precisam se preocupar mais em educar de verdade e para um futuro de paz. Chega de escolas que tratam alunos como clientes.
Não temos mais tempo a perder. Ou todos nós, cedo ou tarde, faremos parte da estatística da violência. Convidamos todos a começar hoje. Sabemos que não é fácil. E alguma coisa nessa vida é?
Vamos olhar com mais atenção para nossos filhos, vamos ser pais mais presentes, vamos cobrar mais da sociedade que nos ajude a preparar crianças melhores para um mundo melhor!
Nossa proposta aqui é de união e ação para promover uma verdadeira mudança social. A mudança do medo para o AMOR, do individualismo para a FRATERNIDADE e para a EMPATIA, da violência para a GENTILEZA e a PAZ.
Ana Cláudia Bessa www.futurodopresente.com.br
Cristiane Iannacconi www.ciclicca.blogspot.com

Convite feito pelo Futuro do Presente da Ana Claudia Bessa.


Participe você! Copie e Cole no seu Blog, ou envie por E-Mail para a sua rede, Imprima e Divulgue.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Maternidade Real - Blogagem Coletiva


O convite veio da Carol Passuello do Blog Vinhos, Viagens e Uma Vida Comum
Tô chegando atrasada, mas quer saber? Vida de mãe real é assim.

Vocês já sabem, tenho dois filhotes e um marido, cachorro e gato eu dispensei, tem algumas plantas, e uma casa com rotina bem estabelecida, e ainda por cima, eu na ânsia de voltar a ser EU, inventei de produzir meu atelie com todas as coisinhas fofas que faço pras crianças daqui de casa brincarem.
Estou a quase dois meses na produção. 
Pensa que consegui caminhar muito? 
NÃO! Entre uma coisa e outra, tem um telefone que toca, um marido e dois filhos.

Não durmo direito a sete meses e bláblá blá... até porque você que está me lendo agora, provavelmente é mãe e já sabe o terço de cor.

Estou exauta, mal humorada e tudo o que quero é uma cratera pra me enfiar dentro e me esconder com as amigas... sim, porque se a moda do buraco de mãe pega, vamos precisar de cratera pra se esconder.
Maternidade real é isso. 
Eu não imaginava. 
Até porque fui uma das primeiras das minhas amigas a ter filhos, ninguém me falou que era punk.
Me vendiam um pacote cor de rosa com cheirinho de bebê. 
E cá comigo, tive duas gestações bem diferentes.
Na primeira eu me sentia uma divindade encarnada. Na segunda meu humor foi péssimo e eu chorava de pânico de não dar conta, dia sim dia não. 

Essa semana estou deveras irritada, pois uma febre assolou o lar e há uma semana estou apagando incêndios remarcando compromissos.
Não temos ajudante, estou em casa fazendo todo o trabalho. 
Estou magérrima! 
Pudera amiga, ralando  feito doida, só tenho que emagrecer mesmo!
Não foi obra de nenhum personal treiner. Até porque não teria dinheiro.

Hoje fui dormir as 4 da manhã, revezando desde as 23 horas entre escrever um relatório de contação de histórias e os choros revezados dos dois com febre e tal. Acordei as 6. Amamentei, ajudei marido e filho irem pra escola, dei banho na Catarina, troquei outra fralda, liguei pra pediatra, as 8 eu ainda não tinha tomado nem banho nem café. Pára! que eu quero descer...

Este post tá ficando um porre!
Vou mudar de tom.


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Essa semana estou deveras irritada, então pra aliviar vou ler os outros blogs que estão participando da blogagem coletiva (lista Abaixo), bora comigo amiga, porque mãe real também zapeia.

Boa semana pra todas.

Sinapse Feminina

Lilata e os gatos

Se for assim, tá bom!

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