terça-feira, 25 de setembro de 2012

Dois Anos de Catarina Maria

Dia 22 de Setembro minha pequena Catarina Maria completou dois anos.

Na madrugada do dia 22 eu postei no meu facebook o seguinte cometário:
"Neste momento (01:30hs) eu entrava em Trabalho de Parto. Eu disse: "Não! é alarme falso" - Ele disse: "melhor ligar" - eu disse: Não... 41 semanas.quando vi o tampão, chorei. Disse: liga! nosso bebê vai nascer!Logo mais nossa parteira, companheira de viagem, chegaria e em pouco mais de 3 horas, sem dor, sem laceração, nascia nossa Catarina Maria. Há 2 anos.
Nasceu numa lua cheia, virginiana, veio quando quis, do jeito que quis. Me transformou inteira!
Trouxe consigo a primavera no raiar do dia.
Catarina menina.
Minha Flor de Maracujá."
Encerrei o dia com essa imagem:

















Não entendi na hora, mas fui dormir com algo incomodo.

Repassei a gravidez e a chegada da Catarina. 
Foram momentos difíceis pra mim!
Primeiro, porque não esperava a gravidez. A relação entrou em crise. Não me sentia bonita, nem feliz. Vivia numa profunda irritação, que variava da melancolia à explosão de raiva. 

Não quis saber o sexo do bebê, em nenhuma das gestações. Na primeira, não cheguei a questionar nada. Estava grávida e bastava. 

Na segunda eu sentia calafrios quando passava pela minha cabeça que poderia ser uma menina.
Um dia, durante uma crise emocional, minha parteira perguntou se eu tinha alguma intuição sobre o sexo do bebê. Respondi rápido: "vai ser menino também, não tenho jeito pra meninas. Sou mãe de menino!" e tentei encerrar o assunto. Ela insistiu: -"E, se for menina?" 
Fui tomada por um choro, e pela primeira vez eu consegui falar dos meus medos. 
Eu tinha medo de ser mãe de menina. Não queria!
Não achava justo nascer mulher nesse mundo covarde.
Disse o quanto eu já havia sofrido pelo simples fato de ter nascido mulher. Não queria! 
E não era menina, era menino!
Não tinha nem nome de menina. 
Ela, a parteira, mulher, também despiu um pouco de si e me deu em poucas palavras uma dose de coragem pra ser mãe de uma possível menina. Na verdade ela me deu mais. Me fez ver em mim, a menina que sou.

Eu tinha medo!

Dias depois, ouvi na escola do meu filho alguém chamar ao longe; - "Catarinaaaa", me arrepiei inteira! 
Era como se um raio tivesse caído em mim. Não tive mais nenhuma dúvida de que dentro havia uma menina e se chamaria Catarina. Na minha frente estava o Mauricio, que disse apenas: "Não gosto desse nome. Na verdade, não me  vejo pai de uma Catarina, mas a única pessoa no mundo que pode escolher o nome de um filho é a mãe. Quem sou eu? se você acha que é..." 
Não me saiu mais Catarina da minha cabeça.
Mas eu ainda não me convencia de que seria mãe de uma menina.

41 semanas de gestação de muito medo, incertezas, lágrimas, culpa, dor, solidão.

Entrei em trabalho de parto de madrugada. Por volta das 2 da madruga. Foi um trabalho de parto exatamente como eu sonhei. Rápido, sem dor. Imaginava que o francisco estaria dormindo e que o bebê nasceria e logo após ele acordava. E assim foi. 
Catarina nasceu as 05:37 do dia 22/09. Havia no céu uma lua cheia imensa e intensa.

O processo do parto começou antes, bem antes. Com 38 semanas achava que iria parir a qualquer momento. E não paria. 
Esse "não" parto, me deixava no chão. Qualquer intuição que eu tinha me levava a nenhum lugar. Já falei disso aqui.

Mas o parto da Catarina foi um presente muito especial. Apesar de todo o turbilhão que foi a gestação, eu tive um parto sem dor, sem laceração.

O parto do Francisco foi muito doloroso e eu senti muita raiva por isso, não queria que se repetisse e busquei ajuda. Pratiquei meditação, fiz yoga, dança do ventre, massagens. Dizia pra mim mesma que eu iria conseguir parir sem dor. 

E pari! 
Cada contração que vinha eu respirava, abria, deixava vir. E veio. Veio plena! 
Senti o repuxo do expulsivo.  Em três contrações ela estava nas mãos da parteira. Pouco mais de três horas de parto, e não houve dor.

Eu estava de costa e de cócoras, a Helô me pediu que virasse rápido. Quando ví que era menina, gritei bem alto: "É MENINAAAA!"
A Helô me contou depois que por um segundo quase falou antes, mas conseguiu se conter. Foi muito generoso da parte dela!

O Mauricio, desta vez ficou muito nervoso e mal conseguia participar do parto, mas por incumbência divina, a nossa doula, chegou em casa bem nesse momento, e o ajudou a chegar bem pertinho da porta do quarto. Ele a viu nascer!

Ainda estou me habituando a ser mãe de menina. Ela tem um olhar profundo. Me provoca. Adora me beijar até sufocar. Abraça. Dorme em cima de mim. 
É intensa como a sua lua de seu nascimento. Tenho aprendido muito...

Por ela trouxe flores pra casa e pros cabelos. 

Catarina Maria, minha flor de maracujá!
É uma Menina!




sábado, 15 de setembro de 2012

domingo, 2 de setembro de 2012

Feira de Trocas de Brinquedos no III Festival Mundial da Paz, no Ibirapuera SP


Em maio último promovi um evento no MAM/RJ para comemorar a Semana Mundial do Brincar (saiba mais aqui), em parceria com a Aliança pela Infância, da qual sou membro. Neste evento, entre outras coisas, propus uma troca de brinquedos.
Eu não tinha ideia de como seria e as crianças adoraram. Acabou que foram elas que se organizaram para fazerem as trocas. Observei em diversos momentos que os adultos não interferiram. Tudo acontecia de maneira bem espontânea.
Elas trocavam só pelo gosto de trocar um brinquedo que não servia mais, por outro mais interessante. Foram elas que criaram as regras da troca, cuidaram da “barraca”, decidiram a hora de começar e acabar. Tudo sem cerimônias e numa ordem inacreditável. Ninguém saiu de lá triste. Os brinquedos extras ficaram lá dentro do cesto para doação. Detalhe: as crianças não se conheciam. Foi num evento de mais de 400 pessoas.
Mais tarde, pedi a algumas mães que me relatassem a experiência. As crianças disseram em sua maioria, que essas trocas deveriam ter sempre. Uma delas me contou que a filha já havia separado outros brinquedos para a próxima feira de trocas.
Eu tinha ficado preocupada, sobretudo, por ter permitido que a troca fosse “espontânea” demais, porque estava sendo “coordenada” por elas. A resposta das mães foi exatamente o contrário. As crianças gostaram de ter vivido essa experiência de trocar sem nenhum adulto interferindo. Fiquei muito feliz, porque cumpriu a missão do evento, que era propiciar às crianças um brincar livre. E a troca de brinquedos entre os pares se transformou numa grande brincadeira com princípio, meio e fim, muito bem estruturada.
Além de ter sido prazeroso, foi também enriquecedor pra todos. Elas demonstraram ter um profundo conhecimento do valor essencial das coisas. As trocas não foram medidas pelo valor monetário e sim pela necessidade lúdica delas.  E nesse processo de elaborar as trocas, elas também aprenderam (eu prefiro dizer se lembraram) que precisam de pouco para brincar.
O atual modelo de consumo, nos leva a crer que precisamos ter ao invés e ser. E não basta ter uns, tem de ter todos. Ora! Vamos pensar!? Já imaginou ter para cada filho a coleção completa do último lançamento de brinquedo? Além de gastar um bom dinheiro, não teremos espaço para guardar o tal brinquedo que será usado por pouco tempo.
Criança não precisa de muito. Precisa de qualidade. Um brinquedo que inspire confiança é muito mais importante para a sua formação do que os brinquedos que se esfacelam em suas pequenas mãozinhas… Bem, mas isso é assunto par outro post.
Dia 08 de Setembro a Aliança pela Infância, em parceria com o grupo de mães do Infância Livre de Consumismo, estaremos promovendo outra feira de Troca de Brinquedos, desta vez no Ibirapuera em São Paulo, no Festival Internacional da Paz. Esse evento tem por característica ser todo voluntariado. Conheça o Festival aqui.
Vamos fazer uma vivência com outros voluntários ampliando o diálogo sobre Consumismo.
Gostaríamos de convidar as famílias a estarem com a gente, trocando brinquedos e também voluntariando. Precisaremos de uma equipe, não muito grande, mas com vontade de estar lá vendo de perto o sorriso de uma criança na hora de receber um “velho brinquedo novo”. Eu não tenho dúvidas de que será um dia muito rico.
Atenção, os brinquedos deverão estar em bom estado. E as sobras serão doadas para uma instituição parceira da Aliança pela Infância.
Para quem for voluntariar ou mesmo passear, não deixe de levar um brinquedo para troca. É importante! Eu mesma, nesse evento do MAM, cometi a indelicadeza de não levar nenhum brinquedo para o meu filho. Eu estava enlouquecida com a produção, meu marido enlouquecido me dando suporte, também esqueceu. Mais tarde ele me cobrou e não gostou, queria voltar lá, a todo custo, pra trocar um brinquedo. Fiquei com o coração quebrado em mil pedaços. No meu caso valeu o ditado “santo de casa não faz milagres”. Imperdoável!  Aprendi que mesmo na correria, preciso parar uns minutinhos e “ver” meus filhos. Ser mãe é isso! Ainda bem que ele se divertiu muito com outras coisas nesse dia.
A Troca de Brinquedos será no Ibirapuera, próximo à Praça da Paz, no dia 08 de Setembro, sábado das 10h as 12:30h.
Haverá também Contação de Histórias comigo e oficina de tear em tronco de arvores para os pequenos com a Casa Azul Textiles.
Quer voluntariar?
Mande um e-mail para infancialivredeconsumismo@gmail.com para receber maiores informações. Será apenas um dia de trabalho, mas será eterno no coração.
Vamos? Eu vou!
O evento continua: A tarde oficina de brinquedos + Brincadeiras Cantadas e Dançadas com o Instituto Brincante + Jogos cooperativos com Aliança pela Infância, Uniítalo e Federação de Bandeirantes do Brasil
No domingo o evento encerra com o Instituto Brincante. Venham de branco para uma grande ciranda da paz.

Cartaz do Evento:
Compartilhe entre seus amigos. Nosso evento no Facebook está aqui.
Maribel Barreto é membro da Aliança pela Infância e Contadora de Histórias.
* Texto originalmente postado no Blog Infância Livre de Consumismo

Outros Posts do Blog

Related Posts with Thumbnails

Assuntos que se Fala por Aqui

Canções (13) Maternidade (11) Blogagem Coletiva (10) Francisco Bento (9) Amamentação (7) o brincar (7) Parto (6) Gestação (5) MissCup (5) Mistério (5) Notícias (5) Escolhas (4) Eventos (4) Heloisa Lessa (4) Sagrado Feminino (4) Sorteio (4) na radiola (4) Catarina Maria (3) Crises na Maternagem (3) Mamaço Virtual (3) Roda de Mães (3) Aliança Pela Infancia (2) Aprendendo a Falar (2) Brinquedos Feitos à Mão (2) Carregadores de Bebê (2) Clube da Mafalda (2) Coletor Menstrual (2) Manifesto Pela Amamentação (2) Mauricio José (2) Mudanças (2) Parteiras (2) Passeios (2) Sustentabilidade (2) Vida na Roça (2) A Arvore Jardim Waldorf (1) Acolhimento do Bebê (1) Adeus ao Blogger (1) Alimentação Infantil (1) Alimentação de Bebês (1) Argumentação Infantil (1) Birras (1) Bola Fora de Mãe (1) Bom Dia (1) Brinquedos e Consumo (1) Canção (1) Carinho de Filho (1) Carta Aberta (1) Contação de Histórias (1) Conto Sufi (1) Croc (1) Crônicas (1) Dentes Quebrados (1) Dia das Avós (1) Dia das Mães (1) Dia dos Pais (1) Dia dos Santos Reis (1) Doe Sangue (1) Ecologia do Parto e Nascimento (1) Eduardo Galeano (1) Elis Regina (1) Elisa Lucinda (1) Escola (1) Exaustão (1) Excesso de Peso (1) Febre de Mãe (1) Feira Livre (1) Feliz 2012 (1) Feliz Ano Novo (1) Feliz Natal (1) Fernando Pessoa (1) Francisco Gregório Filho (1) Gisele Bünchen (1) Honrar a Criança (1) Infância Livre de Consumismo (1) Ir ao banheiro (1) Leite Materno Contaminado (1) Lombar (1) Mamaço Nacional (1) Mercado de Trabalho (1) Michel Odent (1) Nina Veiga (1) Ninando (1) Ocitocina Atelie (1) Oficina de Boneca Waldorf (1) Praças (1) Preguiça (1) Processo (1) Receitas (1) Relato de Parto (1) Resultado Sorteio (1) SOS Região Serrana RJ (1) Sapatos (1) Segurança no andar (1) Selinhos (1) Shantala (1) Tempo para Comer (1) Troca de Brinquedos (1) Ultrassonografia (1) Volta ao Trabalho (1) Vídeos (1) na moviola (1)

Gente Boa de Papo